Tudo tem seu fim


No entanto, por que o final precisa ser tão trágico?
Entendo a necessidade de ressiginificar a relação com fechamentos.
Sei que é um conselho difícil de seguir. (Ainda que seja fácil de expressar para os amigos que nos pedem)

Convenhamos, é uma situação complicada.
Se alguém for expert nisso, por gentileza, levanta e vem apresentar o power point para turma já que estamos no cantinho chorando as pitangas por algumas coisas mal resolvidas lá nos anos 2000. (Sabe, os millennials aqui estão correndo atrás do equilíbrio, mas não está sendo fácil. HAHAHHAHAHA)
O tempo é precioso, isso nós sabemos.
É por causa dessa preciosidade dele e das relações que se torna tão complexo desapegar quando algo fatalmente termina (seja por escolha própria, necessidade ou um desmonte brusco)
Sair da zona de conforto, a bolha segura da rotina, dói. Mais do que isso: assusta, desespera e paralisa às vezes.
E sabe qual a pior parte? Não podemos fugir disso para sempre.
Ok, dá pra fazer o Bolt e sair correndo como se não houvesse amanhã. Entrar na primeira nova bolha que surgir e ficar lá escondida até que a anterior desaparecer (maaaas, se não for resolvida, ela nunca vai sumir realmente)
E, assim como aquela pilha de roupas que a gente deixa na cadeira não some com o móvel, continuar desaparecendo dentro de outras bolhas é 0% efetivo na resolução. Só fará com que todos os finais fiquem em aberto.
Uma vida de pontas soltas.
Um novelo feito somente de nós.
Eu sei, não vai ser simples e ligeiro.
Vamos chorar? Sim.
Coração ao invés de quentinho vai ficar friozinho um tempo? Vai.
Vamos gostar? Na hora, não.
Precisamos mesmo? Sim! Não dá pra ignorar tipo aquele banho no inverno (certeza que você já pulou alguma vez)

Então, respira fundo!
Junta o que restar de energia.
Abraça um pet. Um amigo. Uma planta. O travesseiro, caso não tenha ninguém ou nada disponível na hora.
Sei que dá medo, é triste. Mas nos afogar na tristeza de não aceitar o final é pior ainda.
Mas vamos lembrar: para todo fim existe um novo começo.
Então, fecha essa porta que a próxima janela vai abrir eventualmente.

Qual era o sentido mesmo?

A vida se tornou uma mesa com uma pilha de materiais amontoados. Livros, papéis, canetas e equipamentos. Em um caos que impossibilita encontrar qualquer coisa.

Não há como começar a organização. O fio da meada foi perdido. Espero que não para sempre.

Onde foi parar o foco que eu deixei aqui nessas linhas? Será que estava na introdução? Eu sei que comecei com ele ao meu lado.

Deixei entre a busca de sinôninos, verbos e expressões?

Achei que tinha sentido quando comecei, mas tenho a impressão de que essa é a história da minha vida diária nos últimos tempos.

Saio por uma porta e, ao voltar, a casa só tem janelas. Não era a mesma residência da qual sai. E eu não faço a menor ideia de onde fui parar.

Nem onde as minhas ideias terminaram. 

Aliás, nem sei mais qual era o começo.

Esse tempo perdido que nunca mais vai voltar. Gasto com uma verborragia que não teve utilidade. Ou pareceu não ter.

Acho que fiquei confusa no meio do caminho. Não sei onde cheguei.

Se alguém estiver passando por essas bandas e me encontrar, por gentileza, aponte o retorno.

Aqui deve ser o fim. Bom, se eu colocar um ponto final, deve ser. É o melhor que posso fazer nesse momento.

Então, não sabendo por onde comecei, termino aqui.

#PausaParaCuidados

Hoje a crônica tá em pausa. Mini recesso. Suspensa.

Só uma semana. Coisa rápida.

Por motivos de cuidados pessoais. Rumo à melhora.

Logo volto.

Cuidem-se.

Hidratem-se.

Fiquem bem.

E se…

…eu conseguisse terminar tudo aquilo que comecei (incluindo todas aquelas pequenas frases, sonhos e criações que estão jogadas entre cadernos, blocos de notas e cantos esquecidos da minha mente)
… eu pudesse viver pelo menos um dia sem ficar ansiosa com a rápida passagem do tempo que parece correr na velocidade 1.5 de áudio de zap de tão ligeiro.
… eu soubesse como não ser tão crítica comigo mesma, não me pressionar tanto nas metas e etapas absurdas criadas por mim para servirem de parâmetro de sucesso e fracasso.
… eu aceitasse as minhas limitações como parte integrante da existência. Não como fatores desmerecedores, mas de maneira a impulsionar novas formas de resolver questões e desafios da jornada.
… eu não guardasse tantos sentimentos em uma caixinha lá no fundo do coração. Pegando pó, juntando teias de aranha e criando buracos de tristeza e ressentimento. Aquela saudade que eu nunca vou dizer que senti, mágoa por algo que aconteceu e nunca foi resolvido. Tanta coisa que poderia ser liberada, espaço para novas emoções melhores.
… eu fosse mais corajosa, não me deixando levar pelas vozes ‘gritonas” da minha mente, as mesmas que insistem em afirmar que não sou capaz de mudar.
… eu deixasse todo esse egocentrismo de lado e começasse a ver como o mundo precisa de muito mais atenção do que eu nesse microcosmos de autopiedade no qual eu decidi habitar?
O futuro seria melhor caso eu deixasse todos ‘e se’s” que carrego no coração e nas costas.? Pesando na minha mochila e atrapalhando a caminhada.
E se, a partir de agora, eu decidisse que não vale mais a pena seguir nos mesmos moldes de sempre? O que será que aconteceria?

Jardim das Ideias

Sempre fui boa em começar as coisas. Ficar animada para um novo projeto. Reunir algumas ideias e esboçar uma pequena lista daquilo que gostaria de fazer.
As múltiplas possibilidades contidas em uma página vazia não costumavam me assustar. O maior problema eram as páginas que vinham após a primeira enxurrada de palavras.
Depois de muitos caracteres digitados em uma torrente de “criatividade momentânea”, era como se a fonte tivesse secado …
… os dedos completamente congelados.
… as sinapses paralisadas.
E depois, um grande vácuo de inspiração.
Como sobreviver à síndrome da criatividade momentânea? Não dura o tempo de terminar o meu miojo, esfriar o chá que eu fiz para parecer uma daquelas escritora cults em pequenos cafés nas cidades europeias idílicas.
Após alguns parágrafos, é como se a luz fosse apagando aos poucos. Aquela lâmpada que a gente sabe que está fraca, mas enrola para trocar porque sabe que ainda dá para o gasto?
Mas a cabeça não funciona assim, não é mesmo? Não é o tubo de pasta de dente que dá  para espremer e tirar mais um pouco do conteúdo.
Bom, acho que às vezes até funciona assim, com um belo esforço mental, mas tudo tem limite.
E sinto como se tivesse chegado nesse limiar, só que não gastei com algo realmente válido. E, sim, com pequenos sprints de possibilidades. Sementes que nunca chegaram a germinar.
E o que a gente faz com esse jardim que nunca deu uma só flor? Como podemos dizer que algo foi feito se, ao que parece, não há nada para se mostrar.
A jardineira impostora das ideias que parece viver em mim está aqui, com as mãos enterradas na terra, falando com aquele broto de feijão que parecia ter tanto potencial no algodão.
Tentando, quem sabe, ter uma pequena planta para aquecer o seu coração que está cada vez mais pesaroso, pensando que, talvez, todo o trabalho tenha sido em vão.
Que investiu em um sonho do qual nunca poderá viver. Tirar do campo da imaginação.
E qual não é a ironia da escritora que vive a maior parte do tempo em um mundo paralelo, inventando, só que não consegue transpor nada para algumas páginas.
Seria um bloqueio criativo ou um bloqueio da própria realidade que já não sabe mais qual a verdade?
Tudo fica confuso e embaçado enquanto as palavras seguem saindo, sendo digitadas.
Com o tempo, quem sabe, as coisas se tornarão mais claras. As orações farão sentido, as frases entrarão em consenso uma com as outras para formar um todo.
Enquanto isso, eu sigo começando, plantando, jogando sementes nessa terra para, um dia, ter o meu próprio jardim de histórias.

Vivendo a Teoria da Mochila

Quando ouvi o termo esses dias em um podcast, entendi completamente como funcionei nos últimos muitos anos da minha vida.
Carregando para cima e para baixo a minha mochila.
Umas vezes pesada, outras vezes leve. Mas sempre comigo. Nunca esquecida no ônibus, em um banco qualquer do parque.
Mesmo sendo um dos únicos itens que eu não perdi por aí (ironia para quem já teve objetos preciosos deixados para trás – de forma completamente inconsciente e talvez um pouco negligente)
No entanto, a tal da mochilinha está constantemente atrás de mim. Presa aos meus ombros com super cola (nada de propaganda gratuita por aqui. xD).
Em alguns dias, parece que há toneladas de memórias, ansiedade, preocupações. Tem os medos, as angústias e outros materiais que eu nunca precisaria levar comigo, só que estão lá “só para o caso”. .
São tantas tranqueiras guardadas. Dá uma vontade de colocar rodinhas como as malas que usávamos no ensino primário. Infelizmente, não é assim que acontece…
Em outros, tenho a sensação de levar somente uma folha de papel e uma caneta para garantir que será possível marcar um momento de alegria, escrever uma anotação para aquele ideia que pode mudar o rumo de tudo. Uma folha em branco que carrega em si possibilidades infinitas. Sentindo-me tão leve que poderia flutuar.
Preciso de muito esforço para equilibrar esse material. E entender como será cada dia já que aceitei a teoria e sei que não vou deixar de carregá-la tão cedo.
Pelo menos, ter a consciência da minha responsabilidade do que levo na mochila causa alegria e tristeza. Porque garante que sou a raiz da maior parte dos problemas, mas a solução deles também.
Além disso, mesmo não a tirando das costas, exustem pessoas maravilhosas que ajudam (pode ser segurando pela parte de baixo, puxando pela alça superior… quem nos ama encontra uma maneira).
Por isso, só agradecimentos a quem emula a leveza da nossa bagagem.
Já estou aqui com as alças arrumadas, todos os zíperes fechados. Pronta para enfrentar o próximo dia. Posso não garantir o volume para amanhã, mas hoje levo só o essencial de verdade.
E você? Como está a sua mochila?

Ruminações Noturnas

Desligo todas as luzes, mas ligo todas as roldanas do meu cérebro.
Por que raios esses pensamentos decidem aparecer bem nesse momento?? Aproveitando minha falta de barreiras contra invasores. A minha visão obscurecida pela noite e pelo sono que ainda está aqui, mas que trocou sua versão mais profunda pela leve, sempre a beira de despertar.
Atacada por monstros, entre aqueles que eu criei há anos, até os mais novos. Todos se juntam como uma grande reunião de condomínio na minha cabeça. Cada um debatendo a sua demanda, gritando para vencerem a discussão.
Sabe aquela resposta que nunca deu? O e-mail que pode ter esquecido de enviar? E a porta, virou a chave? Não devia sair mais com os seus amigos ou perguntar se estão bem? E o trabalho, já não é hora de fazer aquilo que te deixa feliz?
Você vai ficar sozinha para sempre se continuar assim. As contas foram pagas, mas até quando vai sustentar sua vida só empurrando com a barriga. Vai se tornar adulta de verdade ou só de fachada?
Será que todos, algum dia, vão perceber sua personalidade inventada para esconder tristezas e insatisfações que nem sabe justificar de onde vieram?

Tanto barulho


Você tenta pedir a atenção de todos. Solicitar um minuto de silêncio. Como era aquela respiração do quadrado? Aprendeu na yoga. Respira. Segura. Expira. Respira. Segura. Expira.
Será que sua psicóloga atende às altas horas da madrugada? Uma sessão em uma das muitas vezes em que acordou no sua estrutura de sono que se inspirou na Tele Sena. De hora em hora, acorda.

Que barulho foi esse? O gato tá respirando direito? Quanto tempo mais eu tenho no mundo? Estou fazendo tudo o que devia? Como eu posso fazer a minha família ficar bem e segura para sempre? Eu desliguei o forno?

Dá para descansar a mente quando ela simplesmente decide ficar em seu estado mais ativo bem naquela hora da noite em que você se recolhe, no período de ‘calma’, a recompensa após um dia longo?
Seria maravilhoso não querer resolver todos os problemas antes de dormir. Pelo menos, seria bom caso sua cabeça soubesse que, se durante o dia ou na lavagem do cabelo não houve uma epifania, quando colocou a máscara no rosto e ajeitou o travesseiro não desbloqueou uma forma de ajeitar as pendências.
Assim como um bovino, você fica ruminando as coisas, o que fez de errado, o que não fez, o que precisa fazer. tem muita grama pela frente, né?
Só que nada vai dar certo enquanto se prender nesse ciclo. Espere o dia raiar. Lava o rosto, toma um sol. Faz um exercício, sei lá. Cansa esse corpo tanto quanto cansa a mente nas suas ruminações noturnas.
Pode não funcionar automaticamente, mas, quem sabe, um dia essa avalanche encontre uma barreira para não te levar montanha abaixo na hora de dormir.

Feliz Ano (de)Novo

Muita gente fez brincadeiras e comentários sobre janeiro durando uma quantidade excessiva de dias, sendo assim, já dá para celebrar novamente uma virada de ano.
Na primeira vez que ouvi isso, pensei que poderia ser um pouco exagerado. No entanto, não posso tirar a razão daqueles que sentem o peso desse mês. Admito, também, que agora sinto como se fosse, realmente, o primeiro dia de uma nova etapa outra vez.
Um reboot para as nossas metas, os desejos e as expectativas.

Começamos cada ano com uma energia diferente, acreditando no melhor, torcendo para que os sonhos deixados para trás recebam, finalmente, a luz merecida.
Não deixo de achar um pensamento válido, só fico triste ao pensar na validade curta disso.

Quantas metas e propósitos não perdem seu fôlego dentro do prazo de 31 dias de duração de janeiro? (ou, como as pessoas disseram, nos 365 dias dele).

Onde foram parar aquelas promessas com as quais nos comprometemos em dezembro?
Por isso, a minha proposta é estender o ano novo para cada um dos próximos meses. (Não que eu queira que eles tenham a sensação de termos vivido mais dias do que a nossa saúde física e mental aguentariam ou por causa das centenas de contas específicas pertinentes ao início do ano).
O intuito é viver a virada de mês como se fosse um ciclo diferente, com o espírito existentes em dezembro-janeiro.

A esperança, a alegria e a confiança de que “agora vai”!
Com certeza as piadas sobre o tempo que janeiro durou não foram pelas melhoras razões.

Entendo que muitos tiveram suas vitórias e derrotas, perdas e dificuldades, as inseguranças… mas também, as possibilidades de crescimento, alegrias e realizações.
E, se a balança não pendeu para o lado melhor dessa vez, bora virar essa chave, ressignificar algumas coisas e reiniciar o processo!


Bem-vindo fevereiro e feliz ano novo… de novo!

Aprender a dizer adeus

Assim como a música, creio que essa seja uma lição que eu ainda vou reprovar muitas vezes.

Mesmo que seja a coisa mais natural do mundo, por que é tão difícil aceitar a despedida?

Lembranças que flutuam no mar de gente que se encontra para te ver pela última vez.

Lágrimas que estão todo o tempo nos meus olhos.

Eu me esforço para ser forte. Para apoiar quem precisa. Mas o que fazer se nem eu sei lidar com isso?

Queria te dizer que te amo só mais uma vez. Pedir para que fique bem sempre. (Já que essas foram as minhas últimas palavras para você, não é?)

Sua história centenária está guardada no coração da família. A receita natalina também já está garantida para as próximas gerações.

E seu rosto está gravado na memória e em mim (todo mundo fala que eu sou a sua cara, certo?)

Agora é o momento de descansar. Você lutou com todas as forças. Pode deixar que a gente vai seguir na batalha com você de olho em nós.

Obrigada e te amo. E até que nos encontremos novamente, adeus.

Status: em um relacionamento complicado com o tempo

Como todo começo, parecia promissor. Tinha a impressão de que éramos um par perfeito.
Tantas possibilidades à nossa frente. Nada aparentava ser improvável ou impossível.
Até eu perceber que a relação não se tratava de uma via de mão dupla, mas algo extremamente unilateral.
Notei que não tinha mais toda a liberdade que antes acreditava ser algo impossível de perder.
Notei que, cada vez mais, o outro lado da dupla se tornava mais impassível, cruel e controlador.
Tudo o que eu fazia era em torno de você. sempre pensava nas coisas baseadas no quanto eu poderia “perder de você’.
Passamos de um time que ia junto conquistar as melhores coisas do mundo para uma competição de “que vai vencer a batalha”.
Sempre mais velho, mais sábio. Conhecia o mundo, os seus mistérios.
Eu, com tão pouca vivência, acreditava que quanto mais de você eu tivesse, chegaria a um momento no qual não haveria o sentimento de inferioridade.
Mas não foi isso o que aconteceu.
Eu me ressenti de tudo o que você fez, de como você passou em um piscar de olhos e eu nem percebi até ser tarde demais.
Pensar em você se tornava mais preocupante do que animador. Sua presença não era mais um rol de oportunidades, mas uma cela em que eu estava, fadada a viver cada dia pensando em tudo o que se foi.
Um dia nós fomos felizes, quando pensei que caminharíamos juntos, no mesmo ritmo. Vivendo, aprendendo e sentindo.
Mas você correu e minhas pernas não conseguiram alcançar.
Por que você vai tão rápido?
Só queria que voltássemos ao começo. Quando tudo era novo e possível. Quando eu não chorava pensando que logo não terei mais nada de você e nem sei se aproveitei o quanto poderia (ou deveria)
Implacável e invencível. Era para funcionar, mas eu não soube te entender.
Um dia isso vai terminar, mas espero que a jornada me leve ao ponto em que possamos conviver. Sem que haja meu pânico ao pensar que tudo chega ao fim.
E ser finito não impossibilita a alegria ou satisfação.
Por termos um período tão curto é que deveríamos tornar especial.
Ainda não estou nesse degrau de autoconhecimento e iluminação. Espero um dia chegar lá.
Para que eu não sinta que investi mais nessa relação. Que, de alguma forma, fui enganada.
Sempre soube quais eram as regras do jogo, mas pensei que poderia inventar outras durante a partida.
Não é assim que funciona. E, para esse relacionamento dar certo, eu preciso entender que não sou o árbitro, mas uma jogadora.
Prometo fazer o possível para o time vencer. Porque enquanto houver tempo, eu vou tentar o meu melhor para esse status de relacionamento descomplicar.