Como todo começo, parecia promissor. Tinha a impressão de que éramos um par perfeito.
Tantas possibilidades à nossa frente. Nada aparentava ser improvável ou impossível.
Até eu perceber que a relação não se tratava de uma via de mão dupla, mas algo extremamente unilateral.
Notei que não tinha mais toda a liberdade que antes acreditava ser algo impossível de perder.
Notei que, cada vez mais, o outro lado da dupla se tornava mais impassível, cruel e controlador.
Tudo o que eu fazia era em torno de você. sempre pensava nas coisas baseadas no quanto eu poderia “perder de você’.
Passamos de um time que ia junto conquistar as melhores coisas do mundo para uma competição de “que vai vencer a batalha”.
Sempre mais velho, mais sábio. Conhecia o mundo, os seus mistérios.
Eu, com tão pouca vivência, acreditava que quanto mais de você eu tivesse, chegaria a um momento no qual não haveria o sentimento de inferioridade.
Mas não foi isso o que aconteceu.
Eu me ressenti de tudo o que você fez, de como você passou em um piscar de olhos e eu nem percebi até ser tarde demais.
Pensar em você se tornava mais preocupante do que animador. Sua presença não era mais um rol de oportunidades, mas uma cela em que eu estava, fadada a viver cada dia pensando em tudo o que se foi.
Um dia nós fomos felizes, quando pensei que caminharíamos juntos, no mesmo ritmo. Vivendo, aprendendo e sentindo.
Mas você correu e minhas pernas não conseguiram alcançar.
Por que você vai tão rápido?
Só queria que voltássemos ao começo. Quando tudo era novo e possível. Quando eu não chorava pensando que logo não terei mais nada de você e nem sei se aproveitei o quanto poderia (ou deveria)
Implacável e invencível. Era para funcionar, mas eu não soube te entender.
Um dia isso vai terminar, mas espero que a jornada me leve ao ponto em que possamos conviver. Sem que haja meu pânico ao pensar que tudo chega ao fim.
E ser finito não impossibilita a alegria ou satisfação.
Por termos um período tão curto é que deveríamos tornar especial.
Ainda não estou nesse degrau de autoconhecimento e iluminação. Espero um dia chegar lá.
Para que eu não sinta que investi mais nessa relação. Que, de alguma forma, fui enganada.
Sempre soube quais eram as regras do jogo, mas pensei que poderia inventar outras durante a partida.
Não é assim que funciona. E, para esse relacionamento dar certo, eu preciso entender que não sou o árbitro, mas uma jogadora.
Prometo fazer o possível para o time vencer. Porque enquanto houver tempo, eu vou tentar o meu melhor para esse status de relacionamento descomplicar.

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