Em comemoração ao dia das histórias em quadrinhos, bora curtir uma playlist cheia de clipes com animações que parecem inspiradas nessas maravilhas da literatura.
Depois de metade do mês já passado (olha esse tempo voando aí), bora com uma playlist que traz uma música integrante da minha tradição anual em janeiro, além de outras canções temáticas.
#SomNaCaixa
01. La Oreja de Van Gogh – 20 de Enero
02. Silva- January
03. Roberta Campos e Nando Reis – De Janeiro a Janeiro
Como todo começo, parecia promissor. Tinha a impressão de que éramos um par perfeito. Tantas possibilidades à nossa frente. Nada aparentava ser improvável ou impossível. Até eu perceber que a relação não se tratava de uma via de mão dupla, mas algo extremamente unilateral. Notei que não tinha mais toda a liberdade que antes acreditava ser algo impossível de perder. Notei que, cada vez mais, o outro lado da dupla se tornava mais impassível, cruel e controlador. Tudo o que eu fazia era em torno de você. sempre pensava nas coisas baseadas no quanto eu poderia “perder de você’. Passamos de um time que ia junto conquistar as melhores coisas do mundo para uma competição de “que vai vencer a batalha”. Sempre mais velho, mais sábio. Conhecia o mundo, os seus mistérios. Eu, com tão pouca vivência, acreditava que quanto mais de você eu tivesse, chegaria a um momento no qual não haveria o sentimento de inferioridade. Mas não foi isso o que aconteceu. Eu me ressenti de tudo o que você fez, de como você passou em um piscar de olhos e eu nem percebi até ser tarde demais. Pensar em você se tornava mais preocupante do que animador. Sua presença não era mais um rol de oportunidades, mas uma cela em que eu estava, fadada a viver cada dia pensando em tudo o que se foi. Um dia nós fomos felizes, quando pensei que caminharíamos juntos, no mesmo ritmo. Vivendo, aprendendo e sentindo. Mas você correu e minhas pernas não conseguiram alcançar. Por que você vai tão rápido? Só queria que voltássemos ao começo. Quando tudo era novo e possível. Quando eu não chorava pensando que logo não terei mais nada de você e nem sei se aproveitei o quanto poderia (ou deveria) Implacável e invencível. Era para funcionar, mas eu não soube te entender. Um dia isso vai terminar, mas espero que a jornada me leve ao ponto em que possamos conviver. Sem que haja meu pânico ao pensar que tudo chega ao fim. E ser finito não impossibilita a alegria ou satisfação. Por termos um período tão curto é que deveríamos tornar especial. Ainda não estou nesse degrau de autoconhecimento e iluminação. Espero um dia chegar lá. Para que eu não sinta que investi mais nessa relação. Que, de alguma forma, fui enganada. Sempre soube quais eram as regras do jogo, mas pensei que poderia inventar outras durante a partida. Não é assim que funciona. E, para esse relacionamento dar certo, eu preciso entender que não sou o árbitro, mas uma jogadora. Prometo fazer o possível para o time vencer. Porque enquanto houver tempo, eu vou tentar o meu melhor para esse status de relacionamento descomplicar.
Eu entrei nessa redoma que eu mesma criei. Esse castelo (ou seria uma gaiola?) de proteção na qual nada externo pode me atacar. Mas qual é a finalidade de se proteger do mundo quando aqui dentro eu mesma sou a prisioneira e a carrasca? Em um universo imaginário criado para proteger um coração que agora bate acelerado, mas não pelos motivos corretos. Até quando vou me esconder na sombra dessa caverna na qual entrei de forma voluntária para me esconder das sombras que não são tão cruéis quanto os monstros que eu trouxe aqui para dentro? Seria essa a torre mais alta do castelo mais alto, fechada pela própria princesa a sete chaves? A saída está tão próxima, mas tão distate ao mesmo tempo. Ironicamente, todas as portas e janelas estão abertas, só que os meus pés não recebem a informação da minha mente para seguirem em frente por tempo suficiente para sair do isolamento voluntário. Um passo para frente. Dois para trás. Uma dança sem ritmo que não segue nenhuma música fora as vozes dentro da minha cabeça dizendo para girar, girar e girar. Até que meus sentidos estejam misturados e confusos. Sem saber o que é real e o que eu imaginei. Qual medo é meu e qual foi incutido em mim. E todos eles me assutam na mesma proporção. Paralisada, sozinha e afastada. Sem me mover para mudar, sem deixar ninguém se aproximar. Não há como sair quando impeço todos de abrirem a porta (incluindo eu). Então, (in)conscientemente, eu sigo aqui.
Todo ano a mesma coisa. Um novo começo, novas oportunidades de criarmos listas intermináveis de metas que acreditamos serem possíveis de finalizar ao longo de 365 dias.
A nossa fé inabalável de que “este ano será diferente” traz um tipo de conforto, um quentinho, mas também um certo pesar no coração. Por mais que tenhamos um otimismo quase que pueril, também nos pressionamos e enchemos o ano de uma expectativa que ele nunca pediu.
Como a virada de um dia para o outro pode ser tão cheia de significados, energias e chances?
Não vou dizer que sou imune a isso. Bem longe disso. Ainda que ative minha ansiedade, sou adepta às resoluções, às metas. No entanto, este ano eu precisei impor limites.
Para mim.
Para as minhas expectativas.
Para as minhas listas intermináveis que se amontoam como os fantasmas dos meus planejamentos passados.
É impossível viver com a constante necessidade de se provar para o mundo e para si mesma. Fica complicado seguir em frente com tantas malas para carregar. O fardo da produtividade, da mudança, do autoconhecimento e da evolução.
Sigo querendo completar cada um desses itens, mas não com check lists formatados por um bloco de meses, mas como propósitos e check points. Uma gamificação da existência.
Não preciso ler todos os livros atrasados da minha estante esse ano. Mas eu vou ler um pouco todo dia. Porque eu gosto e me faz bem. (De quebra, alguns atrasados sairão do cantinho empoeirado da prateleira).
Da mesma maneira, ainda não estamos no ano em que eu falarei todos os idiomas que desejo. Ainda assim, algum alfabeto novo será memorizado e novas palavras aprendidas. E, com certeza, aprenderei frases importantes como “Olá – Desculpe – Por Favor e O banheiro fica pra qual lado?” (Mesmo o Duolingo querendo me ensinar sobre beber leite e arroz rosa às vezes… hahahahaha)
Definitivamente, não vou chegar em 2024 com uma nova versão super saiyajin de mim, mas, pelo menos, espero não estar ansiosa por causa de tantas metas autoimpostas.
Aliás, nada de resoluções anuais, só propósitos a longo prazo. Para a vida. Para mim.
Ano novo não vai ser vida nova, mas uma mentalidade um pouco diferente. Se melhor ou pior, só o tempo irá dizer.
Assim como todos aqueles que renovam as suas metas e resoluções no início do ano, olha eu aqui tirando as teias de aranha do blog e voltando com muito ânimo!
E bora começar o ano com, li, as primeiras músicas que ouvi en 2023.
#SomNaCaixa
01. Dreamers – Jung Kook
02. The Astronaut – Jin
03. Unstoppable – Sia
04. I Ain’t Worried – OneRepublic
E você? Qual foi a primeira música que ouviu em 2023?
Nessa segunda comemorativa (para mim), vou celebrar a virada de mais uma primavera algumas músicas que fazem parte da minha história, mais pra parte “jovini”.