Cartas Para Martin #Resenha

Título/Autora/Editora: Cartas Para Martin, Nic Stone. Intrínseca

Avaliação: Pegando papel e caneta para escrever cartas.

Olá, pessoas!

Chegando mais uma resenha, ainda que um pouco atrasada. HAHAHAHA

Como parte da Maratona Literária de Ano Novo, eu escolhi alguns livros. “Cartas para Martin” foi um deles.

Já começo dizendo que sabia que seria um tema impactante e necessário para se debater, só não tinha ideia de que leria tão rápido.

Desde a primeira página, fui muito cativada pela escrita da autora. É o tipo de narrativa que te envolve e fica impossível largar até chegar ao fim!

E, basicamente, aconteceu isso. Em dois dias já tinha terminado!

O livro conta a história de Justyce McAllister, um jovem negro de 17 anos que sofre um trauma-modificador-de-vida quando, ao ajudar sua ex-namorada bêbada, acaba preso.

Depois de horas na prisão, o rapaz percebe ainda mais a forma como as pessoas podem ser cruéis e preconceituosas. E como sua vida pode estar em risco, mesmo que ele se esforce para fazer tudo certo!

Após essa situação, ele decide fazer um experimento e tentar ser como Martin Luther King Jr. Inclusive, começa a escrever cartas como forma de compartilhar seus sentimentos.

Durante a trama, vemos a vivência de Justyce como bolsista em uma escola particular, suas dificuldades com colegas que não entendem suas próprias visões e falas equivocadas.

Além disso, tem a convivência com seu melhor amigo, Manny, e suas atividades na aula de debate com o professor favorito e sua dupla de debate, Sarah Jane.

A cada capítulo são mais alegrias, tristezas, injustiças e lutas. Foi uma leitura emocionante, que trouxe aprendizado. Chorei, fiquei indignada, sorri. Tudo isso em poucas páginas.

No geral, foi uma excelente leitura. Só achei que ficou faltando um pouco de desenvolvimento de alguns itens. Principalmente em relação a resolução de situações problemáticas que acontecem durante a trama.

Em todo caso, valeu MUITO a pena ler!

Quem aí já leu? Conta o que achou.

Enraizados #Resenha

Título/Autora/Editora: Enraizados, Naomi Novik. Rocco.

Avaliação: Tomando cuidado com algumas florestas por aí!

Oie, gente!

A senhora aqui esqueceu que as resenhas agora são de sexta, mas logo entro nos eixos com a publicação!

E hoje tem um livro que foi a leitura coletiva da Maratona Literária de Verão. E fico MUITO feliz mesmo por ter participado e me deparado com essa obra que, se fosse em outro momento, eu não encontraria.

Essa ficção vem com traços fantasiados e mundos que tem mitos, lendas e magia que bebem da água (quem leu vai entender) de contos eslavos que a autora ouvia quando era menor.

Isso já é um incentivo para ler e conhecer um pouco mais sobre outras culturas!

Achei uma leitura intrigante, com toques sombrios e cenas um pouco tensas demais pra mim (sou fraca com  sangue na vida real e no papel).

Quando comecei, depois de pouco tempo já não conseguia mais largar. Fui completamente cativada pelos personagens, suas histórias, lutas e trajetórias. Nenhum ali era raso, todos tinham razões para serem o que eram e ter as escolhas que tiveram.

Ainda que seja um livrão, que parece um trilogia dentro de uma só embalagem, foi rápido de terminar (porque todo tempo livre eu usei para continuar sabendo mais sobre aquele pessoal). HAHAHA

Sem dar muito spoiler, bora para a história.

Existe um vilarejo que fica perto de una floresta corrompida. Nesse lugar, vivem (e às vezes saem) criaturas que assombram os moradores.

Para manter a segurança do local, existe um mago que protege a região, o chamam de Dragão. A cada 10 anos, um “tributo” é pago. Além de itens da colheita, ele seleciona uma jovem da vila para ir morar com ele.

Ninguém sabe o que acontece na torre dele, mas, quando a garota retorna, nunca volta a morar em seu vilarejo. Normalmente está com roupas melhores e uma nova perspectiva.

No ano de tributo, garotas de 17 anos se alinham para a escolha. Surpreendendo a todos, Agnieska é a selecionada (ela é atrapalhada e nem um pouco dotada de talentos especiais, diferente de Kasia, a pessoa que todo mundo apostava que seria levada).

De toda forma, o Dragão acaba indo embora com a garota e aí começa a aventura/tensão dos dois. Ela tem medo por não saber o que vai acontecer, sente-se inadequada e fora dos padrões belos da torre. E o Dragão não faz nada para mudar essa impressão.

Tudo muda quando descobrem que ela também tem magia e seu poderes, ainda que destreinados, confusos e sem foco que nem ela, serão muito importantes para o futuro!

Entre as aventuras e desventuras, tem salvamento de amiga, entradas na Floresta assustadora, visita a cidade diferentes e batalhas.

Além de muita amizade verdadeira, romance, um professor sem paciência pra quem tá começando e uma aluna sem foco.

Tudo o que precisamos para uma boa história, né?

Quem já leu? Conta o que achou.

Até a próxima!

E se fosse a gente? #Resenha

Título/Autor/Editora: E se fosse a gente?, Becky Albertalli e Adam Silvera. Intrínseca.

Avaliação: Pensando na probabilidade de encontrar alguém numa cidade enorme.

Oie, humanos!

Hoje temos uma resenha de um livro fofinho, escrito por dois autores. Acho muito legal essa dinâmica de duas mentes criando a história.

Já tinha lido outras publicações sa Becky Albertalli e tem algo que eu curto demais: as referências! Sempre tem alguma coisa de cultura pop. Filmes, músicas. E adoro quando menciona itens que eu sou fã!

A escrita dos dois é ótima, combinou perfeitamente. O livro é dividido em pontos de vista dos personagens principais. É interessante poder viajar entre as duas cabeças, saber sobre sentimentos, reações, angústias e emoções. Faz com que a experiência de leitura, a conexão com os personagens e a torcida por eles seja ainda maior.

Entrando na trama, narra a trajetória de dois adolescentes durante o verão em Nova York. Arthur é um inteligente garoto da Geórgia, apaixonado por musicais e que sonha com um espetáculo da vida real ao ir para a “Grande Maçã” com os seus pais. Sua mãe vai trabalhar num escritório de advocacia e ele vira um estagiário lá durante as férias.

Já Ben é nova-iorquino, terminou seu primeiro relacionamento e, para ajudar, está de recuperação! Não é necessariamente o começo de um verão animador para ele.

O caminho deles se cruza quando Bem vai aos Correios levar um pacote e Arthur o vê e acaba seguindo o rapaz para dentro da agência. Lá, eles têm um momento fofo, mas não trocam contatos.

Numa cidade enorme como Nova York, quais as chances de reencontrar alguém aleatório com quem conversou por alguns minutos?

Com a ajuda de amigos, redes sociais, cafeterias e um pouco de sorte, eles vão descobrir se a história vai além daquele pequeno encontro sem querer.

Sem dar mais spoiler, é uma leitura super ligeira já que a escrita é fluída e você voa pelas páginas seguindo cada momento dos personagens. Sofrendo quando eles tomam atitudes imaturas ou suspirando quando são fofos!

Alguém ai já leu? Conta o que achou.

Até a próxima!

Sempre faço tudo errado quando estou feliz #Resenha

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Título/Autora: Sempre faço tudo errado quando estou feliz: Tirinhas sentimentais para todo tipo de bad. Raquel Segal. Editora Outro Planeta.

Avaliação: Tentando não ter as mesmas atitudes que me mantém na bad como os quadrinhos mostram!

Olá pessoas! Uma resenha novinha em folha chegando. Mais um daqueles livros que a gente pega e, quando percebe, já terminou! DO tipo que faz com que fiquemos com o coração quentinho, mas também nos dá uns belos puxões de orelha. É uma mistura de sentimentos que, em algum momento, você vai se sentir contemplado. Pode ser alguma atitude que já teve (ou ainda segue), por alguma coisa que já pensou e foi descrita em um dos quadrinhos. É muito bom saber que não estamos só em alguns tipos de coisas.

A autora da obra é criadora de uma página no Facebook,  “Aquele Eita”,  de onde saíram tirinhas que, em poucas palavras, conseguem expressar tanta coisa.

E logo no começo tem a apresentação do akapoeta, que escreveu um dos meus livros favoritos, “O livro dos ressignificados” (tem resenha aqui), então, como não amar? E, no fim, também tem uma partezinha escrita pelo Daniel Bovolento, de outro livro que eu adoro “Por onde andam as pessoas interessantes” (resenha aqui).

Nas poucas páginas, essa maravilha de leitura fluída, cativante e cheia de emoções, traz tirinhas que abordam temáticas variadas, fala sobre atitudes que temos e são preocupantes, como os muros que construímos para nos proteger, sobre como deixamos a opinião dos outros influenciar na visão que temos de nós mesmos. Maaaas, também traz muitas mensagens motivacionais, para incentivar as pessoas a acreditarem nos seus talentos, em suas capacidades.

Fala sobre medo, frustrações, ansiedade. Sério. É muito quentinho no coração! Falando umas verdades, mas com aquele abraço de “vai ficar tudo bem”

Aborda relações e relacionamentos. Amor, amizade, autoconhecimento. Sentimentos, no geral. Tem até umas coisas que dão vontade de imprimir e colar na parede para ler TODO DIA. Apoio, otimismo e respeito às emoções. Tem de tudo!!

Curti muito e algumas coisas eu precisava ler nesse momento. Essa é a maravilha da literatura, né?

Espero que curtam e resenha e, quem leu ou ler, comenta aí o que achou!

Até a próxima! =]

 

40 Pequenos Desabafos #ResenhaDeQuinta

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Título/Autora: 40 Pequenos Desabafos de quem não nasceu para a quarentena, Ruth Manus.

Avaliação: Desabafando com os gatos sobre o isolamento.

Nada como poder ler alguns textos de pessoas que, assim como nós, estão tentando lidar com toda essa situação estranha da melhor maneira possível, né?

Não tem sido um momento fácil e muitas vezes achamos que todas as coisas vão nos afundar dentro das nossas próprias emoções. Por isso, é muito bom saber que não estamos sozinhos nessa e que tem gente que também anda numa montanha russa de sentimentos.

Esse livro curtinho é mais uma daquelas ótimas indicações para esse momento. É algo que dá pra ler rapidinho e ter a sensação de “dever literário cumprido”, além de ter o quentinho no coração ao se encontrar em momentos da narrativa.

A autora faz pequenos desabafos ao longo de 40 dias do isolamento que a grande parte das pessoas foi submetida. Entre as páginas, vemos aspectos familiares, sobre a convivência, o dia a dia juntando trabalho e organização da casa, risos, lembranças, novas receitas.

Aborda a nostalgia de dia em que estar com os amigos era possível, o nervoso de não conseguir fazer o que gostaria, um pouco do psicológico abalado, a relação com a janela, o mundo e a vida lá fora.

Os desabafos convergem com o que muitos têm passado e é ótimo ter a oportunidade de ler algo que permite a que gente se “encontre” dentro dessa literatura tão atual. Sabendo que tá tudo meio estranho, mas estamos lidando com isso em conjunto e tentado fazer o melhor.

Em alguns momentos eu chorei de rir lendo alguns itens que me representam muito, seja na limpeza, na procrastinação ou só nas emoções abaladas pelo isolamento. Já em outras partes, deu aquele apertozinho no coração. Vemos o papel da tecnologia nas reuniões (familiares, de trabalho ou com amigos) e percebemos que tá todo mundo no mesmo barco.

Se alguém já leu esse livro, conta o que achou nos comentários.

Até a próxima.

Notas da Audiovizueira nº13

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E não é só de listas que a audiovizueira vive, gente!
Às vezes vai ter uma espécie de resenha ou só um momento em que uma certa espectadora precisa desopilar o seu fígado das séries, filmes ou demais produções assistidas.
E por que não começar com uma série que eu ACABEI de terminar, maratonar e simplesmente não consigo desapegar? (Esse review também servira como uma terapia para mim). Cujas histórias se entrelaçam de alguma forma com a sua. E nos deixam em uma roda gigante de sentimentos que me deixa, normalmente, num momento depressivo pós- season finale.
Por isso, bora falar de Community. (AVISO: Contém traços de spoiler!!)

A série, criada por Dan Harmon que estreou em 2009, mais especificamente no dia 18 de novembro e teve 6 temporadas. Conta a história de Jeff (Joe Mchale), um ex-advogado que perdeu o direito (tu dum tss) de atuar porque seu diploma era falso. Para resolver a questão, ele vai parar numa faculdade comunitária pensando que, dessa forma, conseguiria uma formação fácil e logo voltaria para o trabalho. Ele é um mulherengo, mentiroso e que adora dar discurso como forma de convencer e manipular as pessoas. Poderia ser uma série só assim, com ele tentando tirar proveito da sua lábia e terminar os estudos de qualquer jeito. E logo no primeiro episódio ele cria um grupo de estudos para conseguir ficar com uma mulher que viu no campus.
Mas Community é muito mais do que isso! É todo o processo de um grupo de estudos que vira, basicamente, uma grande família (disfuncional e às vezes maluca, mas que se ama e nunca deixa de se apoiar!)
Originalmente, são 7 personagens principais: Jeff, Britta (Gillian Jacobs) – a mulher que Jeff quer “se engraçar” e uma pessoa que sempre quer lutar por algo, mas não sabe bem pelo quê, Abed (Dany Pudi) – um rapaz que vê o mundo como se fosse uma produção audiovisual e tem dificuldades em se relacionar com as pessoas, Annie (Alison Brie) – uma garota certinha e estudiosa que faz de tudo para ficar entre os melhores, Troy Donald Glover) – um ex-atleta e garoto popular que sempre precisar fingir ser outra pessoa para ser aceito no grupo, Shirley (Yvete Nicole Brown) – uma dona de casa, mãe, religiosa e recém- separada que foi traída pelo marido e Pierce – mais velho da turma e detentor dos maiores preconceitos e frases envolvendo afirmações inadequadas.
Vale ressaltar que, para completar o elenco e trazer grande parte de muitas cenas engraçadas e cheias de trocadilhos, temos o reitor Pelton (um administrador MUITO negligente, mas que é impossível de odiar) e o professor, Sr. Chang (uma montanha russa de maluquice) e o professor Duncan. Além de participações especiais, recorrentes e personagens que aparecem em temporadas específicas. Todos eles trazem suas excentricidades para a história, complementando o já genial elenco principal e fazendo parte das altas aventuras e empreitadas confusas.
Seria simples se cada um estivesse na sua caixinha, mas não é isso o que ocorre. Cada personagem tem o seu estilo, a sua fraqueza e sua força. São cheios de defeitos e isso nunca é escondido. Eles brigam, têm suas reconciliações, aí discutem de novo… E essa é a melhor parte da série. TODO MUNDO TÁ QUEBRADO. E tá tudo bem! Porque as pessoas são assim.
A ideia do grupo ser criado só para o Jeff conquistar alguém logo cai por terra (nos primeiros episódios, aliás) e isso abre espaço para o grupo de estudo se tornar algo permanente. Ainda que estudar nem sempre seja o forte deles.
Naquele espaço, todos, com suas diferenças, que são muitas, tornam-se uma família. Unidos por uma sala, uma mesa que defendem com unhas e dentes e um amor entre eles e pela confusa instituição em que estudam.
Aliás, o estudo e a qualidade dele são sempre questionados. Desde aulas que não fazem o menor sentido, até professores que estão lá só para fazer volume, a Universidade Comunitária da Greendale, localizada no Colorado tem o slogan que indica que “você já foi aceito”. Pode ser uma piada sobre ser muito simples ingressar lá, mas também fala muito sobre o fato de se aceitarem.
Os personagens, ao longo dos seis anos (incluindo uma piada de #seistemporadaseumfilme), participam de aulas para contar crédito e, mesmo com currículos que necessitam de matérias diferentes, acabam ao final da primeira temporada, aceitando que o laço não pode ser cortado e decidem, todos os semestres, cursarem alguma aula em conjunto. Isso é decidido depois de um episódio que normalmente contém discussões, sentimentos escondidos por trás de passivo-agressividade, tentativas de ignorar o inevitável e situações absurdas que, na maioria das vezes, termina com um belo abraço em grupo.
Sempre ficamos de olho nos casais, né? Mas a dupla de maior destaque é Troy e Abed criam um laço especial como se fossem amigos de infância, ver essa relação desabrochar e ter suas piadas internas e momentos sérios relacionados ao crescimento de cada um é maravilhoso. Sem dar muito spoiler, tem uma galera se pegando, mas esse nunca é o maior destaque, acreditem ou não. (Mas sempre ficamos com a pulga atrás da orelha para saber quem vai ficar junto…)

Se você for assistir achando que é uma série com o pezinho na realidade, tipo Greek ou The Office, pode tirar o cavalinho da chuva. Os episódios da série, sim, falam da vida dos personagens dentro da faculdade, mas nada do que acontece lá é normal. Seja pela história ou pela forma como ela é contada. Não importa quão louca seja a história do episódio, sempre tem um fundo emocional forte, ao mesmo tempo nos fazendo rir, mas deixando o coração apertado. É impressionante!
O roteiro é brilhante e cheio de referências, a criação do mundo é maravilhosa e cada episódio conta com suas particularidades, desde alguns easter eggs, improvisação dos atores e uma produção cinematográfica e dedicação que nunca vi antes.
Coisas como uma guerra de paintball ou um forte de lençóis tornam-se histórias épicas. Com diálogos e personagens bem amarrados e produção e direção GENIAIS! Pessoas com talentos excepcionais que estão envolvidas com grandes franquias, inclusive (mas que não eram famosas à época).
E, olha, o que não falta é variedade criativa! Eles têm episódios em stop motion, animação, fazendo paródias de documentários, séries de crime. E são representações perfeitas, que prestam a homenagem, mas não deixam de ter seu estilo próprio. Tem episódio brilhante que se passa somente dentro da mesma sala. Uns que ocupam o campus da faculdade. Tem até viagem para o mundo da imaginação e teorias de multiversos!
Infelizmente, alguns atores saíram ao longo das temporadas uns fizeram mais falta, outros deixaram só um pouquinho de saudade, mas podemos aproveitar muitas temporadas com o elenco original e algumas adições foram fenomenais.
A série é uma produção gigantesca e altamente vanguardista. Um programa que nunca se levou a sério e sempre apontou suas próprias falhas e clichês ao quebrar a quarta parede que fazem Comunnity ser genial.
Ok, e não podemos negar que todas as piadas recorrentes, o humor ácido e ágil, um elenco fantástico e a criação de episódios/filmes tornaram a série uma referência atemporal (ainda que a qualidade e a audiência tenha decaído em uma certa temporada da “gás vazado” como eles chamam…). Seus fãs seguem apaixonados e seus episódios são destrinchados. A cada nova visualização, são encontrados detalhes que ficaram escondidos no fundo de uma cena ou uma piada que na hora não foi absorvida. Isso é algo que não acontece todo dia.
Mas, fora as questões técnicas, o que torna Community impactante para mim, além do fato de que, mesmo que não tenha visto quando estava no ar, sua estreia coincidiu com minha própria entrada na faculdade e isso já me trouxe uma conexão imediata e uma nostalgia, são os personagens. Eles me conquistaram. Cada um deles, com as suas falhas que nunca deixaram de ser apontadas, arrastadas e sofridas em conjunto e a forma como eles sempre conseguiram encontrar a luz dentro de um vórtice de escuridão.
A cumplicidade deles é algo que emociona, a forma como transpassa o grupo de estudos e se torna uma família completamente disfuncional, com personagens que se encaixam e se revezam sendo amorosos, rancorosos, empáticos, preconceituosos, passivo-agressivos e compreensivos, egoístas e amorosos.
São debatidos, ainda que envoltos em situações absurdas, piadas e referências, assuntos pesados como saúde mental, autocrítica, religião, morte, abandono, abuso de substâncias, família, amizade e aceitação. Todos eles são uma mistura de problemas e escolhas erradas. Todos terminaram ali por razões e momentos considerados trágicos e a decisão por uma faculdade comunitária é a epítome do “se tudo der errado eu vou pra lá”. Mas, ainda que eles tenham se encontrado quando “tudo deu errado”, estarem juntos não poderia ser mais correto.
Entre os altos e baixos do crescimento que tiveram juntos, muito do que foi lidado envolvia como cada um se entendia, foi uma trajetória de autoconhecimento e auto aceitação. Entender que é difícil compreender pelo que o outro passa, aceitar as suas escolhas e abraçar s decisões, ainda que não seja algo que você faria.
Ouvir e compreender os amigos, apoiar em todas as empreitadas malucas, mas também servir como um ponto de referência quando eles precisam de um puxão de orelha ou um conselho real.
Community é uma ode à amizade, mudança, ao caos e à aceitação. É uma representação da vida, dos nossos medos e ansiedades. E, principalmente, é aprender a desapegar. Entender que as pessoas chegam na nossa vida, fazem a diferença, nos transformam e, se tivermos sorte, nos ajudam a ser a melhor versão de nós mesmos. E, ainda que não estejam mais juntos todos os dias, não significa que os laços foram quebrados, que o amor acabou. É algo que estará guardando com carinho e, quando nos encontramos novamente, vamos rir, lembrar dos velhos tempos e vai parecer que nunca nos separamos.
Isso é sinal de uma boa série. A que deixa marcas. E que se torna parte de você.
Comunnity agora é parte de mim e me sinto acolhida por esse grupo de estudos completamente lunático.

Reticências #ResenhaDeQuinta

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Título/Autor/Editora: Reticências, Solaine Chioro. Agência Página 7

Avaliação: Reavaliando minha relação com os famosos 3 pontinhos.

O que eu mais tenho lido são livros curtinhos. Acho que, além de serem super práticos, são um enorme incentivo para aqueles momentos em que não temos muito tempo ou em que a leitura anda meio travada. Nesse isolamento, poder aproveitar uma horinha envolvida nas  mais diversas tramas também é algo maravilhoso!

O livro narra a história de dois jovens, Joana e Davi. Eles têm mais coisas em comum do que imaginam, inclusive, fora o fato do Davi ter ido trabalhar na redação da agência em que Joana é web designer, os dois tem uma relação especial com pessoas que conheceram online. Inclusive, as mensagens que eles trocam com as suas “arrobas” favoritas são a melhor parte do dia deles.

Esse refúgio digital deles, basicamente um webnamoro, faz com que tenham alguém para compartilhar as dificuldades do dia, falar sobre filmes, compartilhar playlists e momentos de fofura.

Mesmo com essa “semelhança” e após uma primeira impressão até que boa, os dois começam a ter alguns problemas de convivência por causa de um grande mal entendido. Isso faz com que troquem alguns olhares bravos e até frases ríspidas.

No entanto, algumas situações complicadas relativas a preconceito tornam a convivência deles mais amena, chegando até a se darem bem.

Não posso falar muito porque senão é spoiler. Mas posso dizer que gosto de duas ferramentas narrativas utilizadas na forma de criar esse universo dos dois: utilizar formato de “mensagens” para as interações dos personagens no instagram e os capítulos divididos em dois pontos de vista!

São poucas páginas, mas achei a história super envolvente e divertida. Tem uma dinâmica ótima e eu não consegui parar de ler até terminar!!(E eu lembrei muito de “Mensagem para você” enquanto lia – tá, esse é um BAITA spoiler!

Indico a leitura! Quem já conhece o livro, conta o que achou!

Até a próxima! =]

Se não fosse por você, eu não estaria aqui #ResenhaDeQuinta

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Título/Autor(a)/Editora: Se não fosse por você, eu não estaria aqui: Cartas para quando eu era adolescente, vários autores. Editora Seguinte.
Avaliação: Pegando papel e caneta para mandar uma cartinha…

Olá, pessoas!

Para a resenha de hoje, tem um livro novinho em folha, aliás, o e-book é novíssimo! Lançado ontem (8 de julho), trata-se de uma coletânea composta por autores que integram a programação da Flipop 2020.

Está, pelo menos por enquanto, disponível gratuitamente na loja Kindle. É uma ótima oportunidade para aqueles que desejam ler algo curtinho, escrito por muita gente talentosa, DE GRAÇA e ainda ter a oportunidade de ver os painéis da maioria dos autores pelo Youtube.

O livro é composto por diversas cartas que os autores escreveram para os seus “eus adolescentes”. Quem não queria voltar no tempo para dar uns bons conselhos sobre amizade, família, amor, autoconhecimento, identidade?? E é exatamente isso o que eles fazem nessas pequenas páginas cheias de emoções, nostalgia, fatalmente alguns arrependimentos, desilusões e lembranças que, unificadas, os transformaram nos adultos de hoje.

Entre as páginas os leitores vão se deparar com trechos da vida dos autores, palavras de incentivo para as suas versões mais jovens, tudo aquilo que eles gostariam de dizer, agora que aquela época já passou (e deixou marcas importantes).

Cada capítulo traz um frame das suas vidas, de momentos importantes, de suas paixões e momentos de orgulho (principalmente eu falar sobre o futuro). Sempre alertando sobre a situação atual, mas enfatizado a necessidade de manter a calma e não perder as esperanças. Parece até inventado, trama de um filme de ação de Hollywood falar sobre o mundo, política, a questão de saúde e o isolamento.

Fala de persistir no sonho. Nos levam a momentos cruciais como um teste positivo de gravidez, a descoberta da verdadeira identidade, viagens e oportunidades. Aborda amores, amigos, experiências de vida.

É um livro sobre amor, união, vitórias e desenvolvimento. Sobre respeitar as suas próprias limitações, não ter medo de ser aquilo que deseja, sobre apreciar a família e os laços verdadeiros.

Vale a leitura e, quem sabe, aproveitar o ensejo para escrever a sua própria carta. Como seria a sua?

Até a próxima! Espero que curtam a resenha!

365 Dias Extraordinários #ResenhaDeQuinta

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Título/Autor(a)/Editora: 365 dias extraordinários : o livro de preceitos do Sr.Browne, R.J. Palacio
Avaliação: Guardando cada preceito no coração, como um abraço amoroso.

Olá, gente!

Espero que todos estejam bem.

Essa é mais uma daquelas resenhas um pouco diferentes já que não se trata de um livro de história propriamente dito. É um complemento, na realidade, de uma obra maravilhosa da R.J Palacio: Extraordinário (e que tem resenha aqui).

Para explicar de onde veio o livro, temos que entender que na obra que deu origem a esse aqui. O pequeno Auggie, quando começa estudar em uma escola tradicional após só ficar estudando em casa, vai parar na aula do Sr. Browne, um ótimo professor que logo em seu primeiro dia de  aula, coloca na lousa um preceito e ensina as crianças sobre essas máximas inspiradoras.

Dessa aula do professor Browne surgiu o 365  dias extraordinários que contém em suas páginas (separadas por cada um dos dias do calendários), frases geniais para animar e motivar as pessoas!

Tem provérbio chinês, trechos de discursos importantes, falas de grandes pensadores, filósofos, celebridades, letras de música e os preceitos dos personagens do livro original.

Você pode ler em ordem ou escolher um dia aleatório. Começar pelo seu aniversário ou de entes queridos. Não importa. O que vale é ter essa companhia durante todos os dias do ano (e reler sempre que precisar de uma dose extra de ânimo).

Para tempos de isolamento, alguns dias solitários e a necessidade de estarmos rodeados de pensamentos positivos para que possamos enfrentar de cabeça erguida esse momento difícil, um livro assim é o ideal.

Sinta-se inspirado pelas lindas páginas desse livro e aproveite cada uma delas para melhorar o seu dia. Tenho certeza que algumas causarão um quentinho do coração e farão com que seu rosto ganhe um sorriso largo.

Espero que gostem da resenha de hoje.

Quem já leu esse livro? Ou Extraordinário? Contem o que acharam.

Até a próxima! =]

Eu perdi o rumo #ResenhaDeQuinta

Título/Autor/Editora: Eu perdi o rumo, Gayle Forman/ Galera.

Avaliação: Tentando recentralizar o GPS interno.

Olá, humanos!

Olha quem está aqui mais um dia para trazer uma resenha novinha em folha de uma das autoras favoritas!

Estava cheia das expectativas quando comecei a ler o livro e, infelizmente, mesmo adorando a Gayle Forman, devo dizer que foi bem confuso entender o que estava acontecendo no começo da história.

Não sei o que ocorre com as minhas escolhas de leitura esse ano, mas essa é mais uma daquelas narrativas em que os pontos de vistas de diferentes personagens são colocados no mesmo texto (gosto muito, mas quando bem utilizado).

A trama segue três personagens principais, Freya, uma aspirante a artista pop que está em processo de gravação do seu primeiro CD de verdade, mas sofre um baque importante (#NoSpoilersZone), Harun, um jovem universitário de família paquistanesa que está tentando escapar de uma situação que mudará seu futuro e Nathaniel, um rapaz que cresceu isolado com o pai e vive um momento delicado.

O que eles têm em comum? Estão sem rumo.

Numa quinta-feira, todos eles, desconhecidos entre si, acabam se esbarrando em um parque. Aliás, mais do que isso. Freya, distraída com o seu celular, cai de uma ponte em cima de Nathaniel. Harum é testemunha ocular do ocorrido.

Depois da confusão da queda, os três rumam até o hospital e dali em diante eles vivem uma montanha russa de emoções em um dia. Saindo do status de estranhos para uma inusitada e instantânea amizade (ou mais. Será?).

É legal ver como, a partir do momento que eles se conhecem, suas personalidades se adaptam e eles se transformam, aprendendo uns com os outros. É uma conexão que traz à tona emoções que nenhum deles sentia há tempos

No geral, a história tem um desenvolvimento muito interessante, com as quebras entre as visões e pensamentos de cada um dos personagens.

Mesmo assim, em alguns momentos fica confuso e difícil de saber quem está pensando o quê (ainda mais no início do livro, quando ainda estamos entendo as características deles).

Não foi meu livro preferido até agora (nem do ano, nem da autora), mas, ao final, eu já tava super cativada e não consegui parar de ler até terminar. Isso já é um bom sinal!

Indico a leitura já que a experiência pode ser diferente para cada um!

Até a próxima!