Correnteza Interior

Uma onda invade o meu corpo.

Sem entender de onde veio, uma correnteza avança sobre as minhas costelas.

Sobre pelo meu peito. Pressiona com força.

Atava a minha garganta, Entope as vias.

Chega até a minha cabeça, tampa os meus ouvidos. Ocupa a minha boca.

Invade os meus olhos.

Enche todo o meu corpo de uma súbita vontade de esvaziar.

Deixar a água correr.

Destrói todas as minhas vias de acesso.

Impede os pensamentos de circularem.

É uma necessidade de dar vazão a toda essa água que se acumula em mim.

Fazendo força para deixar o ar passar.

Preciso me livrar da pressão.

O estômago se revira, as mãos tremem.

Não sei o que me acomete.

É como um tsunami em que o recuo foi só uma impressão, equivocada, de que estava tudo bem.

As barreiras estão fracas. Elas cederam sem que eu pudesse perceber.

Dezenas de pequenas estruturas de movendo com a força da água.

Peço ajuda, grito por socorro. Internamente.

Os olhos são o único caminho para saída de todo esse sentimento.

Deixo acontecer. Passar, esvair.

E inicio o processo de secagem das minhas próprias lágrimas.

Que lavam a minha alma ao circular por todas as partes do meu corpo.

Agora, recuperando os destroços, recolho tudo o que molhou. Vejo o que dá pra ser usado, o que foi perdido. E recomeço.

Foto por burak kostak em Pexels.com

Vício em procrastinar

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Olha aí as horas passando

As listas de demandas se amontoando.

Oportunidades sumindo por entre os dedos das mãos que deviam produzir algo.

Mas estão ocupadas digitando grandes nadas.

Palavras e pesquisas a esmo.

Horas e horas perdidas, sem razão.

Desculpas e desculpas empilhadas junto aos planos que nem podem ser chamados de mal sucedidos.

Porque nunca saíram do papel.

Então não há como perder um jogo que nem começou.

Todas as vezes que prometeu que iria mudar.

Melhorar.

Correr atrás dos sonhos. Parar de se acomodar com aquilo que incomoda há tempos.

Onde está o momento em que gasta as pernas indo até esse objetivo?

Foi engolido pelas cobertas. Os cinco minutinhos, que se tornaram 10… 20… 30… 60…

E não houve mudança… aquele estalo. A criação de alguma coisa.

A saída para fazer algo que motiva. Dá orgulho.

Cadê as tentativas?

Ficam só presas a frases inspiradoras e bonitas, em mensagens, sempre atrasadas, para aqueles que insistem em não desistir de quem não dá a devida atenção.

Mesmo que nem sempre mereça o esforço, já que não faz valer aquilo que te oferecem.

A vergonha da procrastinação que persegue como uma sombra. Um carrapato que não larga.

A tristeza que a acomodação traz. A sensação de que nada nunca vai mudar.

Os litros de lágrimas salgadas que escorreram e o peso no peito por seguir vivendo assim.

Uma reabilitação que se inicia, termina, parece funcionar e termina em recaída.

E com os caquinhos da sua existência espalhados, recolhidos com cuidado. Alguns perdidos, outros inutilizados.

Tenta recomeçar. Esquecer as vozes que gritam. A necessidade de tomar as mesmas decisões. Cometer os erros de sempre.

A batalha é diária. A reação química tá rolando no organismo.

O vício é uma doença que precisa de cuidado…

Engole o choro, respira fundo. Todo dia é nova oportunidade para não (se) enrolar mais uma vez.

Foto por Lina Kivaka em Pexels.com

Recomeço – #Resenha de Quinta

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ítulo/Autor: Recomeço – Cat Patrick

Avaliação: Tentando não morrer acidentalmente e aproveitar essa oportunidade única de viver!

Uma história simples, mas que realmente me impactou. Foi uma leitura intensa e, depois que me cativou, bem rápida. O último livro finalizado nas férias e merece uma resenha aqui!

O livro conta a trajetória de Daisy, uma jovem de 15 anos que sofreu um acidente quando era menor. O seu ônibus escolar se choca com outro carro e diversas crianças falecem. Essa é a história contada para as pessoas.
Na realidade, um grupo de cientistas utiliza esse acidente para testar um novo remédio que pode revolucionar o mundo, chamado Recomeço.
Todos os sobreviventes são realocados, já que não podem mais seguir com a vida normal e Daisy, por ser órfã, acaba indo viver com um agente e médico, Mason.
Daisy muda-se para Omaha após sua quinta morte (toda vez que utilizam o Recomeço, ela precisa ser realocada e a garota é particularmente atrapalhada #tamojuntoDaisy!).
Em Omaha, ela conhece Audrey e Matt e pela primeira vez ela sente-se parte do mundo, com amigos de verdade sem ser alguém do programa (falando nele, sua melhor amiga do programa é Meghan, e as duas têm um blog juntas)
Sem contar muita coisa ou spoleirs de momentos chave e plot twists que acontecem nesse livro (e olha que fui surpreendida em alguns momentos, rapaz) podemos inferir (phyna) que Daisy, mesmo sendo revivida em várias situações e acostumada a mudar, acaba dando realmente valor às raízes e a ter pessoas de que gosta, mesmo que isso signifique sofrer, após viver em Omaha.
Esse livro é muito interessante, parte seu coração em alguns momentos e foi um daqueles casos de “lendo como se não houvesse amanhã” depois que engatei na história.
A Daisy pode não temer nada e sempre arranjar mais 1up na sua trajetória, mas nos pobres humanos e mortais estamos aqui, honestamente, curtindo a nossa estadia na Terra lendo sempre que podemos e nos sentindo gratos de estarmos respirando, na medida do possível. (É um daqueles livros que dá uma baqueada na equipe quando pensamos em alguns temas seriamente)

Por hoje é só, humanos. Boa leitura a todos e sobre(VIVAM)

Top 3 – Pais

Como não poderia deixar de ser, o Top 3 de hoje vai
homenagear o dia do “Falou com a sua mãe também?” e do “Isso não é uma lágrima,
entrou um cisco no meu olho” e todas as frases que nossos pais dizem e no fundo
sempre querem dizer “Cuidado, mini humano. Eu não quero você se quebrando por
ai!”.

A lista de hoje vai especialmente para todos aqueles pais
que, como o patriarca de minha própria família, tem seu jeitinho peculiar de
demonstrar seu amor, carinho e preocupação, mas nunca deixam de proteger a
gente desse mundo maluco. A todos os pais que aguentam a a criançada por ai (eu
me incluo na lista) FELIZ DIA DOS PAIS! Amamos vocês e desculpa por todas as
preocupações causadas! =]

01. Sam Halpern – Meu pai fala cada uma.

Um pai real que foi parar em um dos livros mais engraçados
que eu já li. Ele não é sutil, tem frases bem diretas e poderia traumatizar
muita gente sensível, mas a realidade é que o Sam tem um coração gigante e,
mais do que tudo, ama e apoia os seus filhos incondicionalmente. Mesmo com o
seu jeito bruto, esse pai é uma fofura.

02. Arthur Wesley – Harry Potter.

Esse homem trabalhador, que tem uma curiosidade pelo mundo
dos trouxas e ajuda sua esposa a cuidar de uma casa cheia de ruivos
bagunceiros. Ele não fuge à luta e está sempre preparado para o que precisar!
Ele é um exemplo de pai e um orgulho para os Wesley!

03. Mason – Recomeço.

Mesmo não sendo o pai real de Daisy, Mason dá um show de
paternidade. Pode não ter a maior sensibilidade do mundo e às vezes ser um
pouco real demais ao lidar com ela e a situação científica que vivem. Não há
dúvidas, no entanto, que Mason tem um amor enorme pela Daisy e se preocupa com
ela como qualquer outro pai, não falta afeto pela garota que ele nunca deixou
de cuidar e não tratar somente como uma das “cobaias”. Mason merece os parabéns
nesse dia, com certeza!

Essa foi a lista de hoje! Não esqueçam de dar um grande
abraço em seus pais que estão presentes ou nas mães que fizeram o trabalho por
dois! E se os pais forem anjos da guarda como alguns que eu conheço, que todas
as energias de abraços que temos o privilégio de dar no dia de amanhã estejam
com vocês que hoje estão separados fisicamente, mas sempre juntos no coração!

Até mais, humanos!