Jardim das Ideias

Sempre fui boa em começar as coisas. Ficar animada para um novo projeto. Reunir algumas ideias e esboçar uma pequena lista daquilo que gostaria de fazer.
As múltiplas possibilidades contidas em uma página vazia não costumavam me assustar. O maior problema eram as páginas que vinham após a primeira enxurrada de palavras.
Depois de muitos caracteres digitados em uma torrente de “criatividade momentânea”, era como se a fonte tivesse secado …
… os dedos completamente congelados.
… as sinapses paralisadas.
E depois, um grande vácuo de inspiração.
Como sobreviver à síndrome da criatividade momentânea? Não dura o tempo de terminar o meu miojo, esfriar o chá que eu fiz para parecer uma daquelas escritora cults em pequenos cafés nas cidades europeias idílicas.
Após alguns parágrafos, é como se a luz fosse apagando aos poucos. Aquela lâmpada que a gente sabe que está fraca, mas enrola para trocar porque sabe que ainda dá para o gasto?
Mas a cabeça não funciona assim, não é mesmo? Não é o tubo de pasta de dente que dá  para espremer e tirar mais um pouco do conteúdo.
Bom, acho que às vezes até funciona assim, com um belo esforço mental, mas tudo tem limite.
E sinto como se tivesse chegado nesse limiar, só que não gastei com algo realmente válido. E, sim, com pequenos sprints de possibilidades. Sementes que nunca chegaram a germinar.
E o que a gente faz com esse jardim que nunca deu uma só flor? Como podemos dizer que algo foi feito se, ao que parece, não há nada para se mostrar.
A jardineira impostora das ideias que parece viver em mim está aqui, com as mãos enterradas na terra, falando com aquele broto de feijão que parecia ter tanto potencial no algodão.
Tentando, quem sabe, ter uma pequena planta para aquecer o seu coração que está cada vez mais pesaroso, pensando que, talvez, todo o trabalho tenha sido em vão.
Que investiu em um sonho do qual nunca poderá viver. Tirar do campo da imaginação.
E qual não é a ironia da escritora que vive a maior parte do tempo em um mundo paralelo, inventando, só que não consegue transpor nada para algumas páginas.
Seria um bloqueio criativo ou um bloqueio da própria realidade que já não sabe mais qual a verdade?
Tudo fica confuso e embaçado enquanto as palavras seguem saindo, sendo digitadas.
Com o tempo, quem sabe, as coisas se tornarão mais claras. As orações farão sentido, as frases entrarão em consenso uma com as outras para formar um todo.
Enquanto isso, eu sigo começando, plantando, jogando sementes nessa terra para, um dia, ter o meu próprio jardim de histórias.

Ruminações Noturnas

Desligo todas as luzes, mas ligo todas as roldanas do meu cérebro.
Por que raios esses pensamentos decidem aparecer bem nesse momento?? Aproveitando minha falta de barreiras contra invasores. A minha visão obscurecida pela noite e pelo sono que ainda está aqui, mas que trocou sua versão mais profunda pela leve, sempre a beira de despertar.
Atacada por monstros, entre aqueles que eu criei há anos, até os mais novos. Todos se juntam como uma grande reunião de condomínio na minha cabeça. Cada um debatendo a sua demanda, gritando para vencerem a discussão.
Sabe aquela resposta que nunca deu? O e-mail que pode ter esquecido de enviar? E a porta, virou a chave? Não devia sair mais com os seus amigos ou perguntar se estão bem? E o trabalho, já não é hora de fazer aquilo que te deixa feliz?
Você vai ficar sozinha para sempre se continuar assim. As contas foram pagas, mas até quando vai sustentar sua vida só empurrando com a barriga. Vai se tornar adulta de verdade ou só de fachada?
Será que todos, algum dia, vão perceber sua personalidade inventada para esconder tristezas e insatisfações que nem sabe justificar de onde vieram?

Tanto barulho


Você tenta pedir a atenção de todos. Solicitar um minuto de silêncio. Como era aquela respiração do quadrado? Aprendeu na yoga. Respira. Segura. Expira. Respira. Segura. Expira.
Será que sua psicóloga atende às altas horas da madrugada? Uma sessão em uma das muitas vezes em que acordou no sua estrutura de sono que se inspirou na Tele Sena. De hora em hora, acorda.

Que barulho foi esse? O gato tá respirando direito? Quanto tempo mais eu tenho no mundo? Estou fazendo tudo o que devia? Como eu posso fazer a minha família ficar bem e segura para sempre? Eu desliguei o forno?

Dá para descansar a mente quando ela simplesmente decide ficar em seu estado mais ativo bem naquela hora da noite em que você se recolhe, no período de ‘calma’, a recompensa após um dia longo?
Seria maravilhoso não querer resolver todos os problemas antes de dormir. Pelo menos, seria bom caso sua cabeça soubesse que, se durante o dia ou na lavagem do cabelo não houve uma epifania, quando colocou a máscara no rosto e ajeitou o travesseiro não desbloqueou uma forma de ajeitar as pendências.
Assim como um bovino, você fica ruminando as coisas, o que fez de errado, o que não fez, o que precisa fazer. tem muita grama pela frente, né?
Só que nada vai dar certo enquanto se prender nesse ciclo. Espere o dia raiar. Lava o rosto, toma um sol. Faz um exercício, sei lá. Cansa esse corpo tanto quanto cansa a mente nas suas ruminações noturnas.
Pode não funcionar automaticamente, mas, quem sabe, um dia essa avalanche encontre uma barreira para não te levar montanha abaixo na hora de dormir.

Será que volta?

Parece que a fonte secou.

As frases não se conversam, não combinam.

Todas essas letras se embaralhando na minha mente enquanto tento fazer com que os caracteres façam algum sentido.

Em pânico, encarando o teclado como se fosse um alfabeto completamente novo.

Como se formam as sílabas? Qual é a ordem das palavras na oração?

Onde foi que eu perdi a minha semântica? Cada o sentido que estava aqui até agora?

Folhas em branco, páginas por preencher, posts aguardando. Canetas que não vão perder a tinta tão cedo.

Aguardo o momento em essse furacão vai deixar de me rodar. Esperando encontrar o olho da calmaria que me trará o foco e a visão para voltar ao rumo.

Tudo ajeitado em cima da mesa, os instrumentos corretos, mas a melodia não esta em harmonia.

Sinto muito pela crônica que não existiu como deveria. Ela está guardada em algum lugar, na expectativa de que vou encontrá-la em breve.

Não se preocupe, amiga. Segura a emoção aí. Estou perdida no caminho, mas alguma hora eu chego. Prometo que vou te buscar!

Por enquanto, estou aqui tentando de tudo para ver se a palavra… a frase… a escrita… volta! Será que volta?

Pessoa-Remédio

Pode parecer estranho pensar na expressão, mas não tem gente que é tipo um remédio na nossa vida? Aquela que cura os machucados, tristezas, coisas às vezes invisíveis para olhos menos preparados?

Podem ser amigos, familiares ou até um desconhecido que faz uma gentileza num dia completamente aleatório.

O mundo tá cheio da galera-remédio. Sempre agradeço por ter a minha própria farmácia. Sou cercada de humanos maravilhosos que são parte do meu tratamento.

Vale ressaltar que os pets também entram na categoria medicinal com o poder curativo de seus afagos, ronronos, olhares fofos e até os julgadores.

Mas que alegria é ter à nossa volta pessoas que estão ai para apoiar e trazer medicina convencional não consegue. (Lembrando que remédios não são substituíveis, esses humanos são complementos, tá?)

São calmantes quando precisamos controlar as tensões do cotidiano. Liberam as nossas vias quando perdemos o ar frente às pressões.

Aliviam as dores em horas nas quais sentimos que apanhamos das demandas, internas ou externas.

Desembaçam a visão quando toda a fumaça do mundo nos impede de enxergar até o que está na nossa cara. Desentopem os ouvidos no nomento em que eles fecham com a quantidade informação recebida.

Sem bula ou efeitos colaterais, com uso diário, semanal, mensal (dependendo do calendário), essas pessoas são bálsamos dos quais temos a sorte de nunca precisar de receita para adquirir.

Obrigada a todas as minhas pessoas-remédio. Vocês são o tratamento alternativo para as agruras da minha vida!

Nunca o Suficiente

Sinto como se todo dia fosse uma batalha perdida com você.

Se eu estou correndo, ainda parece que é devagar demais.

Se tenho uma grande ideia, parece sem sentido.

Se eu cometo um erro, é o fim do mundo.

Todos são responsáveis pela infelicidade que o mundo te traz. Nunca seremos o bastante para que tenha uma existência plena. E isso é difícil de lidar.

Não importa o que eu faça, nunca consigo chegar perto das suas expectativas.

Sejam as minhas escolhas, atitudes ou qualquer traço da minha personalidade.

Constantemente, sinto como se fosse uma peça completamente errada nesse quebra-cabeça.

Um triângulo tentando se encaixar no espaço de um quadrado.

Não sei se as minhas decisões são as piores possíveis, se eu sou uma pessoa inadequada de todas as formas possíveis ou se as suas expectativas estão altas demais.

Parece que, quando tento me equilibrar, você encontra uma maneira de me desmontararcomo uma Jenga. Minha estrutura é instável…

Mais uma vez, recolho todos os meus caquinhos do chão. Pensando onde foi que eu errei (revivendo o que você considera o equívoco). Remoendo aquilo que fiz ou que deveria ter feito.

Pensando em como as coisas seriam diferentes se eu fosse por outro caminho.

Mas não tem jeito, sempre fracasso. Cometo mais um erro no seu grande caderno de vacilos que são as minhas atitudes diárias.

Sei que, no fundo, não consegue controlar isso. É mais forte do que você. Mas, se soubesse como os meus pedaços já estão estilhaçados a ponto de alguns deles não se encaixarem nunca mais, será que faria algo diferente? Seria menos exigente? Conseguria separar o que é seu e o que é dos outros?

E termino essas, dividindo a culpa por coisas que nem sempre são minhas, somatizando aquilo que você me fez entender como falhas. Eu te amo, mas tem alguns momentos em que esse fardo é pesado demais.

Gostaria de, um dia, chegar a um lugar comum em que não houvesse tanta pressão, de nenhum lado. Um espaço seguro para que você não precise se perder dentro da sua própria escuridão e nos levar para o fundo do poço de cobranças. 

Desejo que um dia, eu seja o suficiente para te dar orgulho e alegria.

Livroterapia

A crônica mudou até de dia essa semana, mas é por uma boa causa.

Vamos celebrar uma data muito importante (por vários motivos). É aquele momento em que nós agradecemos por todas as histórias e seus autores. Seres iluminados que criaram universos, personagens e narrativas que nos acompanham, acolhem e acalentam em momentos bons e ruins.

Não sei o que seria de mim sem a literatura. Esses companheiros que parecem silenciosos quando observados nas estantes, mas são cheios de vida, sons e alegrias. Trazem em suas páginas um mundo completo, conhecimento, amor e ranço (sempre tem aquele plot tenso)

Impossível não ser grata por tantas horas que eu precisei me isolar de tudo e de todos, quando o barulho da realidade era alto demais e eu só precisava me esconder nos corredores de Hogwarts ou entre alguns arbustos no País das Maravilhas até que pudesse conviver em sociedade novamente.

Graças aos livros, todos os meus parafusos, que estão dentro da sala de aula da quinta série que é a minha cabeça, podem não estar em seus devidos lugares, mas pelo menos estão reunidos mesmo espaço. (Assim como os alunos, estão em pé, conversando com os colegas…)

Cada nova história que me envolve, trama cativante que me deixa de cabelos em pé ou sem conseguir dormir para saber o que vai acontecer. Todas as linhas, parágrafos, pontuações. Elementos importantes, são as partes que compõe a minha terapia literária. Os semi-psicólogos da minha existência (e dividem o trabalho árduo com a minha psicóloga de verdade. xD)

Mais do que uma crônica, aqui é uma carta de agradecimento. Pelas aventuras vividas e aquelas que ainda virão. Pelas lágrimas que me viram derramar, os sorrisos que trouxeram. Pela disponibilidade eterna para me levar até algum lugar bem longe sempre que precisei.

Além disso, é uma semana especial para as crônicas. Foi no Dia do Livro de 2019 que a primeira delas foi publicada. São 03 anos de outro tipo de terapia semanal. Assim como os livros, a escrita é uma forma de desopilar o fígado e compartilhar os pensamentos.

Para todos os leitores, vamos comemorar com os nossos livros favoritos. Relendo, indicando para alguém, presenteando ou somente conversando sobre eles. (Para que esse hábito cresça nas casas brasileiras). Aos autores, força nessa luta diária de levar ao público suas criações. Não é fácil, mas temos muita gratidão por todo o esforço!!

Reiniciando…

Como é difícil apertar o botão de restart nas coisas da vida, não é mesmo?

Não poderia ser algo que nem no videogame? A gente acostumada cas fase tudo, já sabendo de cor e salteado como derrubar um chefão ou o outro. Conhecendo o macete para fazer o personagem trocar a cor da roupa só com os códigos de algum fórum perdido por aí…

Mas não é assim que funciona.

Temos que recolher todos os papéis que jogamos para o alto no momento em que decidimos que não dava mais para seguir da mesma maneira.

Na hora, pareceu uma boa ideia. Por que depois fica tudo tão complicado e confuso?

Ter que recalcular a rota em plena viagem parece tão tenso, né? É o mesmo sentimento de ter que começar de novo depois de tantos anos no mesmo caminho.

Assustador? Muito.

Desafiador? Sempre.

Complexo? Obviamente.

Recompensa? Quando eu descobrir, aviso.

Então pessoal, negócio é tocar uma playlist motivadora no fone de ouvido, escolher o melhor cropped e reagir. Cabeça para cima e  nenhuma coroa vai cair!

Todas as frases e memes possíveis para esconder o medo paralisante de não dar certo.

Se o plano falhar. Se o código não trocar a roupa do personagem, mas apagar todo o progresso, nóis faz como?

Senta. Chora. Respira e recomeça.

Não tem como garantir que algo vai funcionar. Seja um projeto em andamento ou aquele que está em sua fase inicial.

Ter que reiniciar tudo é aterrorizante. Dá vontade de correr de volta para a zona de conforto a cada cinco minutos. Mas, com tanta gente ai que conseguiu, por que não arriscar? Só dá certo para quem tenta. Melhor testar para ver no que dá do que passar a vida inteira pensando no que teria acontecido.

Para tudo mundo que tá no mesmo barco, não importa qual seja a área, se está recomeçando, dá aqui esse remo e vamos juntos.

Se não for o caminho ideal, pelo menos teremos ótimas histórias da jornada! Bora lá jogar os dados e enfrentar o tabuleiro da vida!

Eu esqueci…

Tava na ponta da língua.

Bem no cantinho da mente.

Mas eu esqueci o que era. Fugiu tão rápido quanto apareceu.

Era para se tornar a próxima epifania da minha vida.

A virada em que descubro a resposta para a perguntar universal. O meu 42 particular (entendedores entenderão)

Aquela frase genial. O réplica ou a tréplica que deixam o oponente sem palavras e observando a sua genialidade fluir.

O tema para a história maravilhosa. O plot de uma série que teria sucesso garantido.

A declaração perfeita. O discurso mais cativante.

Ficou perdido na quina de uma sinapse qualquer. Largado junto com as ideias que nunca saíram do papel, que rolaram pelo ralo, emaranhandas nos fios de cabelo e shampoo (porque é de conhecimento geral o fato dos pensamentos mais brilhantes surgirem durante o banho, principalmente ao lavar o cabelo).

Esqueci o que eu queria dizer na crônica de hoje também… ficou assim, a possibilidade, as palavras jogadas e minha tentativa de somar alguns caracteres e produzir algo.

Quem sabe eu não lembro no meio do caminho… mas vai ficar para a próxima.

Aí vem o sol…

O sol brilhou na minha mesa.

Essa não é uma paródia da música famosa.

Não é uma versão astronômica, nem astrológica de algum fato.

Nem um comparativo relacionado a alguém.

É uma constatação. E uma confissão de que fui surpreendida por ele.

Quem vive nessa era de cubículos e lugares fechados. Horas de estudo ou trabalho em pequenos ambientes que mais parecem celas particulares sabe o que eu estou descrevendo.

Tudo anda tão escuro.

O mundo parece apagado.

Então, num raio veloz, sem dar sinal de que chegava, o sol invadiu a minha mesa.

Eu, que segurava aquilo que é tão inerente à minha mão quanto os meus dedos (acertou quem disse celular), achei que era a lanterna ligando.

Verifiquei se não havia conectado algo sem querer, confirmei se não estava gastando a bateria à toa.

Mas era o Astro-Rei dando seu alô.

Afirmar que eu não sabia diferenciar a luz de um raio de sol vindo da fresta de uma janela que está quase que completamente coberta me fez questionar algumas coisas.

Como substituímos uma luz tão linda e natural por esses bulbos artificiais e fingimos que essa é toda a realidade existente? (Que conste nos autos: eu sou muito fã de eletricidade, não gostaria de viver à base de velas e acho o desenvolvimento da tecnologia uma maravilha, beleza?)

Só que muitos saem tão cedo (ou nem saem de casa) e voltam quando já está escuro. Quanto de nós também não reconheceriam o “Bom Dia” solar?

Pudera que ninguém tem mais vitamina D, tem uma galera que não fica nem cinco minutos com a cara para fora toda dia!!

Perdemos a perspectiva nessa era de espaços fechados e isolamento (incluindo o involuntário)

De hoje em diante, faço uma promessa a mim mesma de aproveitar mais a luz natural. Lembrar que o mundo lá fora também existe.

Que a claridade faz bem e invade todas as frestas quando você menos espera. Para iluminar, aquecer ou dar um ânimo em um dia nublado.

E você, deixou o sol entrar ai hoje?

Contato de Emergência

Naquele momento de necessidade, tensão e perigo (pode ser um risco baixo ou altíssimo).

Quando tá tudo desmoronando, uma bagunça sem precedentes e não dá pra saber como resolver problema. O caminho está travado, cheio de pedras em empecilhos (sejam eles reais ou frutos da cabeça de quem o sofre).

E é nessa hora de desespero que vem À mente a alma boa que pode colaborar com as coisas. A primeira ligação, quem salva a pátria.

O indivíduo que terá a solução ou, pelo menos, vai deixar os amigos chorem em seu ombro caso tudo dê errado.

Se você é essa pessoa, sabe o que eu tô falando .

Cê é o famoso contato de emergência.  O adulto responsável. 

Mas não é todo mundo que pode ser assim.

Com a plenitude de quem mantém a calma mesmo com a desinteligência mais preocupante.

É triste descobrir que nunca será você esse ser iluminado. 

Dá a impressão de que algo faltou na sua organização interna. Como se um dos componentes de humanidade estivesse em falta na hora de te fabricar.

Queria tanto, mas nunca serei o contato de emergência de alguém.

Não tenho o tempo de resposta necessário, provavelmente, nem a parcimônia.

É #chateante saber que nunca poderão depender de mim para ajudar (ou atrapalhar) em um momento problemático.

Não sou responsável, disponível. Acessível.

Ainda que tenha tantas possibilidades de contato, sou como um telefone fixo.

Sabe quem tá lá, mas não vale tentar. 

Sinto muito por todos que me conhecem. Por não poder ser a pronta ajuda.  A pessoa que vocês merecem

Mas, se precisarem de um retorno em até 72h, talvez (TALVEZ), eu consiga.

Vou trabalhar isso aqui dentro.

Enquanto isso. Agradeço a todos os meus contatos de emergência.

Vocês são seres iluminados que me impedem de cair no buraco da vida.