
O sol brilhou na minha mesa.
Essa não é uma paródia da música famosa.
Não é uma versão astronômica, nem astrológica de algum fato.
Nem um comparativo relacionado a alguém.
É uma constatação. E uma confissão de que fui surpreendida por ele.
Quem vive nessa era de cubículos e lugares fechados. Horas de estudo ou trabalho em pequenos ambientes que mais parecem celas particulares sabe o que eu estou descrevendo.
Tudo anda tão escuro.
O mundo parece apagado.
Então, num raio veloz, sem dar sinal de que chegava, o sol invadiu a minha mesa.
Eu, que segurava aquilo que é tão inerente à minha mão quanto os meus dedos (acertou quem disse celular), achei que era a lanterna ligando.
Verifiquei se não havia conectado algo sem querer, confirmei se não estava gastando a bateria à toa.
Mas era o Astro-Rei dando seu alô.
Afirmar que eu não sabia diferenciar a luz de um raio de sol vindo da fresta de uma janela que está quase que completamente coberta me fez questionar algumas coisas.
Como substituímos uma luz tão linda e natural por esses bulbos artificiais e fingimos que essa é toda a realidade existente? (Que conste nos autos: eu sou muito fã de eletricidade, não gostaria de viver à base de velas e acho o desenvolvimento da tecnologia uma maravilha, beleza?)
Só que muitos saem tão cedo (ou nem saem de casa) e voltam quando já está escuro. Quanto de nós também não reconheceriam o “Bom Dia” solar?
Pudera que ninguém tem mais vitamina D, tem uma galera que não fica nem cinco minutos com a cara para fora toda dia!!
Perdemos a perspectiva nessa era de espaços fechados e isolamento (incluindo o involuntário)
De hoje em diante, faço uma promessa a mim mesma de aproveitar mais a luz natural. Lembrar que o mundo lá fora também existe.
Que a claridade faz bem e invade todas as frestas quando você menos espera. Para iluminar, aquecer ou dar um ânimo em um dia nublado.
E você, deixou o sol entrar ai hoje?