
Como eu tinha esquecido disso?
Estava aqui o tempo todo, meio escondido embaixo de tantas camadas.
Mas era exatamente da forma como eu havia deixado.
Tava lá, esperando que eu encontrasse.
E como fui nó-cega durante todo esse tempo.
Nem sabia que tava perdido até reencontrar. Sabe aquela famosa frase: Cê vai achar quando não estiver procurando’?
Então, é isso mesmo.
E eu lembrei.
Mas não foi tudo de uma vez não, tipo uma epifania.
Foi aos poucos, gradativo como um sonho que a gente vai recordando logo após acordar. E que precisa se esforçar para não despertar o suficiente até esquecer.
Ai eu lembrei.
Juntando os pedaços como se fosse um pequeno quebra-cabeças
Primeiro as peças mais fáceis no canto. As que a gente distingue sem problemas entre as outras.
Depois vieram as partes complicadas, aquele céu tudo igual, os pedacinhos de grama.
E tudo se formou novamente.
Foi uma foto primeiro, uma pequena recordação de tempos”antigos”.
Depois alguns textos, mensagens salvas.
O coração ficou quentinho, inundado com a nostalgia.
Até que, por fim, a onda me atingiu.
Uma música, Sentimentos poderosos.
E o retorno a mim. O encontro com o meu eu.
Porque ficar sem isso me tornou uma estranha durante certo tempo.
Mas agora. Eu LEMBREI.
De quem eu era, de quem eu sou. A minha essência. Que foi sugada pelo dementador da vida adulta em algum momento.
Daquilo que eu amo, o que me deixa animada, o que me inspira a levantar todo dia e fazer o melhor que eu posso.
A pessoa que eu sempre tive orgulho de ser e quem eu deveria cuidar e evoluir ao longo dos anos.
Mas ela ficou guardada tanto tempo. Tá empoeirada e meio tristonha.
Ela é ótima, e vai adorar conhecer esse novo mundo. E virar o Megazord da minha própria existência.
Só que agora eu lembrei, gente. E jamais esquecerei.