Vivendo no isolamento, penso nos meus privilégios. E tudo o que eu tenho à disposição e me permite ficar em casa, tranquilamente (na medida em que a ansiedade e o trabalho permitem).
E não me parece justo. Tem gente morrendo por aí e eu só morrendo de medo.
Do desconhecido, pela população em risco, por aqueles que não sabem como será o dia de amanhã e não tem o básico para sobreviver hoje.
Ter a consciência disso me traz a angústia de ser um peso morto, encostada em uma bolha de segurança enquanto muitos desafiam as regras de sobrevivência, saindo pra enfrentar o inimigo invisível na linha de frente.
Os heróis dos serviços essenciais. Eles estão por toda parte. Lutando com o adversário ardiloso que chega sem ser percebido. Nosso exército do bem está penando sem as armas necessárias para vencer a guerra.
E como eu, cidadã média, presa em meu próprio pavor, posso ajudar nesse momento?
O que fazer quando a simples ideia de colocar a fuça para fora causa tremedeira e suor excessivo.
Atada na quarentena forçada. Podemos encontrar uma forma de transformar toda essa bagunça mental em formas positivas de lidar com o que ocorre.
Buscar, do meu jeito, um meio de colaborar com quem está precisando. Sabendo que ninguém é fraco demais para ajudar. Porque nem toda ajuda é física, nem toda colaboração é milionária.
Assim, doando o que posso (de financeiro a energético) e fazendo a diferença a partir do meu próprio quadradinho, o senso de humanidade se amplia.
Não podemos nos acorrentar às nossas próprias cercas. Todo mundo é importante. Todo sofrimento é relevante e deve ser cuidado para não gerar consequências irreversíveis!
Com um pouco de cada pessoa, nos tornamos maiores, melhores e mais fortes!
Exercendo a empatia pelo outros e por nós mesmo.
Batalhando contra a escuridão para que passamos chegar à luz.
Encontrar o caminho em que todos seguirão bem e juntos. Ninguém deixado para trás.
E, ainda que todo dia haja uma nova crise. Todo dia, haverá uma vitória também!
Sobreviveremos, ajudando uns aos outros, apoiando aqueles que mais precisam e, principalmente, os que estão se arriscando.
Respeitando e respaldando a humanidade da forma como pudermos! Porque toda ajuda é válida!