yellow tassel

Eu vou ressignificar você.

Pelo bem da minha saúde mental e da memória daquilo que quase tivemos.

Já tô tirando do guarda-roupa a caixa que eu deixei escondida com todos os sentimentos e lembranças que guardei dos últimos tempos.

Provavelmente é por isso que eu tenho que encontrar novas casas para essas coisas. Porque ao invés de cuidar como uma plantinha que necessita de sol e água, eu larguei no escuro. Em um espaço que só eu poderia acessar.

Preciso reconfigurar o meu sistema. Deixar o hábito que criamos se perder naquele mar de conversas que terminam não respondidas. Pela falta de tempo, de vontade, de afeto.

Entregar o meu Bom Dia e o meu Boa noite para outras pessoas. Ou jogar somente para o universo. Quem sabe essa energia não chegue até alguém que precisa. Um dia, até você.

Vou passar pelos mesmos locais em que estivemos, criar novas memórias para adicionar. Dessa forma, no meu álbum mental, a primeira foto não vai ser a nossa.

Mas não vou apagar nada, prometo.

Na vida, nós somos um compilado de cada uma das situações que vivemos. Consequências das pessoas que conhecemos.
Vou te guardar num potinho, dentro do coração que agora tá meio apertado (e olha que eu só liberei um espacinho mínimo, porque eu sou assim, medrosa com os inquilinos novos. Nunca fazendo contratos longos).

Tô resignificando o seu rosto, para que não me cause mais um arrepio de adrenalina, como se fosse um dos meus ataques de ansiedade.

Lidando com a falta que a sua mão faz, segurando a minha que agora meio largada.

Readequando agenda, sem precisar de espaço para a gente.

Que pena.

Eu já tava até me acostumando.

Arquivando a conversa pra não pensar em algum rolê que ficou pra trás, sem marcar.

Sei que a gente não virou um rótulo. Nem ao menos um adesivo mal colado em um produto vendido em feirinha. Não foi amor. Nem cilada.

Foi afeto.
E foi importante. (Ainda mais pra quem tem histórico de coração peludo)

No momento, tô procurando o maior dicionário que eu tenho para encontrar um novo significado para isso que aconteceu.

Algum que não seja dolorido. Ou que me faça suspirar de um jeito que eu não sei lidar. Porque há um incômodo aqui. Não um coração partido (porque esse órgão tá bem guardado, até demais). Tá mais pra bater o dedinho na quina. Irritante e doído.

Todo dia eu me transformo. As pessoas me modificam, me inspiram e me tocam. Acordo e durmo uma nova pessoa. E você me mudou.

No entanto, cê já não tá mais aqui. Mas obrigada por ajudar na transformação.
Porque agora eu vou me ressignificar.

Foto por Pixabay em Pexels.com

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