As mãos tremem.
A vista embaça.
O estômago embrulha.
E os pensamentos se atrapalham.
Como a luz é forte quando tentamos colocar os pés para fora da caverna, né, Platão?
E a fraqueza de ter ficado tanto tempo encolhida na escuridão? #ComoFaz?
Quero fazer as escolhas certas. Testar os limites. Voar livre em novos céus, mas não sei como.
Quando tento abrir as asas, elas são suprimidas pelas paredes dessa casa.
Cortadas pelas palavras de raiva contra o rumo ao desconhecido.
Penso em cometer os meus próprios erros. Aprender com cada um deles.
Mas se dou um passo à frente, as portas estão trancadas com milhares de fechaduras.
Enquanto busco a chave certa, perco as forças para descobrir o que está do outro lado.
Acabo me tornando um bonsai dentro da minha própria existência.
Uma árvore que poderia se expandir, mas aceitou as podas.
Uma mera decoração dentro de um cômodo. Bonito de se ver, mas sem nenhuma função real.
Porque o potencial nunca será atingido.
É um projeto que não sai do papel. Um sonho que não se realiza.
Declarado estado de emergência ~existencial~. Mando um SOS a todas as unidades.
Espero o resgate enquanto tento me salvar em boias improvisadas.
Mas, de que vale ficar à deriva? Aguardando algo que pode nunca chegar.
Recolho os pedaços de mim para formar um todo. O instinto de sobrevivência está em cada um e isso ninguém pode tirar.
Não seremos consequência da situação. Já foi tempo suficiente perdido.
Derrubemos as paredes claustrofóbicas. Encontremos as janelas, os vãos, as chaves.
Treinem as asas, porque estamos prestes a alçar voo…
… cambaleantes, zonzos, amedrontados
… com chances de queda…
Porém, livres.
- Foto por Victor Freitas em Pexels.com