Você coloca as dúvidas na minha cabeça, sem nenhuma intenção de oferecer as respostas.
Não sei se um dia você vai perceber o quão pesado é o fardo que carrega e que acaba fazendo com que os outros à sua volta levem também.
Me deixa num espiral de confusão e auto depreciação quase impossíveis de sair.
Tenho dúvidas se é algo impensado ou por querer. Mas esse campo minado que está criado em mim algum dia vai explodir.
Espero que não seja enquanto eu tento retirar as minas terrestres.
Porque estou fazendo o meu melhor para coletar cada uma sem voar em milhares de pedaços de pó de estrela.
Por bastante tempo acreditei que os explosivos no caminho serviam como proteção das ameaças externas, impedindo que invadissem as fronteiras um momento de distração ou fraqueza.
Agora eu vejo que eles só servem para me impedir de sair. Eu me mantenho alienada. Escondida dos perigos que batem à porta.
Mas e se quem estiver batendo for importante? E se, na tentativa de fugir do que me faz mal, eu perder muita coisa que faria bem?
Não consigo mais reaver o que ficou para trás. Peço desculpas a todos que tentaram chegar até mim e viraram história. Aos que ultrapassaram as minas, mas se sentiram acuados pelo ambiente de alta periculosidade.
Agradeço aos que não abandonaram a batalha e estão me ajudando a cavar.
E torço para que um dia o caminho seja seguro para todos.
Desejo que tudo o que você me incutiu seja combustível para minha evolução, ainda que isso pareça distante agora.
E que você encontre a paz dentro sua própria batalha.